A IMPORTÂNCIA DA RUA NO SEU PROJETO
Seguindo o conteúdo que fizemos semana passada sobre entorno, falaremos de algo mais específico desta vez: A rua.
Quando falamos sobre ruas, é comum se descuidar e pensar apenas na qualidade física das mesmas. Se são feitas de terra batida, se possuem buracos, se estão rachadas – pouco se fala em outros aspectos e características intrínsecos a rua.
E é isso que vamos fazer aqui! Neste texto, vamos falar de pontos mais essenciais de sua função, começando pelos acessos.
Acessos:
As ruas – não importa quão grande esteja entrelaçada em uma trama imensa de outras ruas – a mesma serve para oferecer acesso a locais, residências, comércios e toda sorte de edificações possíveis.
E “conceder acesso” é a parte importante aqui. Não há falta de ruas que, ao tentar contornar algum problema ou apenas por falta de planejamento, acabam em desuso ou com algum limite que impossibilite o uso para todas as pessoas.
Na direita vemos que o pessoal já está preparado para usar a calçada – com tênis de corrida. Infelizmente, a vovó da rua não fez aulas de alpinismo para subir esses degraus.
É evidente que qualquer profissional civil que se preze não estaria contente com seu trabalho, se o resultado fosse o das imagens acima. Afinal, como profissionais, nossa busca é sempre caráter universal, nunca buscando aumentar as segregações entre as pessoas e os espaços – muito pelo contrário.
Delimitar os acessos há edificação é fundamental na prática de boa arquitetura. Sem uma boa sinalização – seja através de elementos arquitetônicos ou outras dicas sensoriais – os usuários tentarão acessar a edificação como lhe for possível.
É claro que antes de tentarem pular uma janela, o usuário irá procurar por onde outras pessoas estão acessando. O problema mora que, se o local onde a maioria das pessoas está acessando não é o correto – se inicia um ciclo vicioso que pode ser problemático de parar ou redirecionar.
Poxa Gehler, tu complica até entrar pela janela!
Mas as vezes, as coisas podem ficar bem confusas e fica difícil saber por onde entrar.
Segurança:
Até então, falei sobre a importância de delimitar os acessos e a importância de deixá-los claros ao usuário. Mas há outro elemento muito importante ao considerar a rua (e seus acessos) à edificação: Segurança.
Quando os acessos a rua são limitados, seu uso – por consequência – também é. Com poucas pessoas a utilizando, não só a rua se torna um espaço físico mal aproveitado como também perigoso.
Não é à toa que grandes edificações turísticas possuem janelas, aberturas e arcos que se conectam diretamente com o fluxo intenso de suas ruas. Quando as dimensões, características de acessibilidade e há fluxo de pessoas, os pedestres costumam se sentir mais confortáveis e seguros.
Jane Jacobs, escritora do livro “A morte e a vida das grandes cidades” (excelente leitura para novos arquitetos e acadêmicos) já dizia que para uma cidade ter vida e ser segura, a mesma era necessária ter “olhos” para ela. Nesse contexto, os olhos se traduzem para aberturas nas edificações diretamente para a rua, portanto, uma rua onde todas as casas possuem muros e se isolam de seu elemento conector (a rua), cria potencialmente um local perigoso onde caso aconteça algo há alguém – ninguém verá.
Em suma, a rua possuí outras qualidades a serem consideradas quando desenvolve o seu projeto. Seus acessos, como se conecta com o espaço público, a segurança e conforto que atribui aos seus usuários, suas dimensões e acessibilidade – todas características essenciais para um projeto digno e competente.
Portanto: Se vai projetar, não esqueça de para a rua olhar!
Muito cafona? É, eu também achei.
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