Vida Financeira de um arquiteto ou quanto ganha um arquiteto?
Por On.We, 17 de fevereiro de 2022.
Todo mundo que se forma na universidade, em algum momento de sua vida acadêmica se depara com a seguinte pergunta: “Qual a vida Financeira de um arquiteto ou quanto ganha um arquiteto?” Isso acontece porque fomos criados em uma era onde devemos estudar, nos formar e ganhar dinheiro. Simples assim, não é mesmo? “Só que não.”
Sem problemas, quase todos passamos por isso. “Mas eu? Arquiteto, arquiteta… quanto vou ganhar? O quanto a profissão arquitetura vai me render? O quanto meus projetos arquitetônicos valem? Qual será meu salário se eu for funcionário de um escritório de arquitetura?”.
Nós temos todas essas respostas para auxiliar em alguns pontos que são de extrema importância para você arquiteto(a) e na sua vida financeira.
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Quanto devo cobrar pelo meu Projeto?
Segundo censo realizado pelo CAU/BR, o método de cobrança mais adotado é o por metro quadrado de construção (35,70% das respostas).
“Principalmente entre os jovens arquitetos e em projetos de programas mais simples, como residências e pequenos prédios comerciais”, comenta o presidente da entidade, Haroldo Pinheiro.
Logo a seguir, entra a tabela de honorários do IAB (22,18%). Isso porque, para projetos com programas mais complexos ou extensos, haveria a necessidade de um cálculo mais aprofundado, o que é possível com a tabela, que trabalha com percentuais sobre o custo da obra e categorias de edificações.
Ainda há 6,41% que cobram sobre a porcentagem do Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) e 14,71% que usam outra metodologia – o que pode indicar métodos próprios ou uma combinação de métodos. No censo, os 21% restantes afirmaram não trabalhar com projetos.
No site do CAU você pode baixar os livros completos contendo as tabelas de honorários de serviços de Arquitetura e Urbanismo. Contém 3 módulos:
Remuneração do projeto arquitetônico de Edificações
Remuneração de projetos e serviços diversos
Remuneração de Execução de Obras e outras atividades
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Salário de Arquiteto – Como é a vida financeira um arquiteto como funcionário?
Você sempre pode optar por trabalhar em um escritório de arquitetura e viver de projetos. De acordo com o último censo realizado pelo Conselho dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil (CAU), divulgado em 2020:
Pouco mais da metade (51%) dos arquitetos e urbanistas participantes fornecem serviços como autônomos, outros 13% são donos de empresas ligadas a Arquitetura e Urbanismo e os assalariados somam 15%, enquanto 12% possuem outras fontes de renda.
Hoje, a maior parte (35%) declara que a vida financeira de um arquiteto individual é de um a três salários mínimos, considerando-se o valor de R$ 998,00 na época da pesquisa. Ou seja, entre R$ 998,00 e R$ 2.994,00.
Em seguida, aparece o grupo de 26% que declarou renda entre três e seis salários-mínimos, ou seja, de R$ 2.994,00 a 5.988,00. O terceiro grupo junta 11% dos entrevistados: são os que recebem entre seis e nove salários mínimos (de R$ 5.988,00 até R$ 8.982,00).
Parte significativa dos entrevistados (6%) declarou não possuir nenhuma renda e 10% respondeu ganhar até um salário mínimo.
Combinando dados de raça, gênero e renda do Censo 2020 com os do 1º Diagnóstico Gênero na Arquitetura e Urbanismo realizado pelo CAU Brasil entre julho de 2019 e 29 de fevereiro de 2020, a grandeza dos desequilíbrios se acentua entre os recortes: a média salarial dos homens brancos (R$ 5.590,00) é quase o dobro das mulheres pretas (R$ 2.888,00).
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Decidi que quero ser um Arquiteto Autônomo. Existem vantagens? E desvantagens?
Maior flexibilidade de horários e possibilidade de seguir suas próprias regras na execução de tarefas – e não a de um chefe imediato – são algumas das vantagens quando se opta por trabalhar como autônomo.
Por outro lado, se o profissional quer benefícios de um CLT, como férias, 13º e futura aposentadoria, deve fugir dessa opção. E ainda, deve ter noção que precisa também saber gerenciar pessoas, controlar finanças e fazer a prospecção de clientes.
“O arquiteto autônomo precisa ter um trabalho pronto para mostrar. Com o primeiro trabalho concluído os clientes aparecem por indicações”, explica Luciana Sobral, que atua como autônoma desde que se formou pela FAU-Mackenzie em 2000.
Presente em todas as fases de produção do edifício, do projeto ao acompanhamento de obra, incluindo a negociação com clientes e fornecedores, a arquiteta conta que o autônomo muitas vezes se desdobra para executar todas as tarefas necessárias e ainda estar disponível para novos trabalhos.
Se decidir ser autônomo não esqueça:
– Alimente periodicamente uma reserva no banco para conseguir se manter em momentos de crise
– O ideal é ter no fundo uma quantia suficiente para bancar seis meses de contas fixas como aluguel e telefone
– A reserva também pode ser usada para investir em cursos, novos equipamentos e softwares
– Aprenda a gerenciar pessoas e controlar finanças, nem que tenha de fazer cursos para isso. Se não consegue cuidar da contabilidade, terceirize-a
– E lembre-se: dinheiro profissional não é dinheiro pessoal
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Reserva técnica. O que é? Sua prática é legal?
Esse é o nome pelo qual ficou conhecida a comissão financeira paga por fornecedores de produtos e lojistas pela indicação junto a clientes da área da construção. Essa prática cresceu muito nos últimos anos e em alguns lugares tornou-se comum.
Porém, a Lei 12.378/2010, que regula o exercício da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, caracteriza como infração disciplinar o ato de “locupletar-se ilicitamente, por qualquer meio, às custas de cliente, diretamente ou por intermédio de terceiros” (Art. 18).
A proibição foi reforçada pelo Código de Ética e Disciplina do CAU/BR, que prevê que “o arquiteto e urbanista deve recusar-se a receber, sob qualquer pretexto, qualquer honorário, provento, remuneração, comissão, gratificação, vantagem, retribuição ou presente de qualquer natureza – seja na forma de consultoria, produto, mercadoria ou mão de obra – oferecidos pelos fornecedores de insumos de seus contratantes, conforme o que determina o inciso VI do art. 18 da Lei n° 12.378, de 2010”.
Trata-se, portanto, de uma prática antiética e ilegal que compromete a imagem de toda a classe de arquitetos e urbanistas perante a sociedade.
Quando um arquiteto e urbanista indica determinado produto ou fornecedor a seu cliente e depois recebe uma comissão do lojista pela compra, esse pagamento compromete a imagem do arquiteto e urbanista como fiscal da qualidade dos produtos perante o cliente.
Ou seja, o cliente que contrata o arquiteto pela sua responsabilidade técnica na busca das melhores soluções pode acreditar que essa responsabilidade técnica esteja sendo colocada em segundo plano por causa dessa comissão de venda.
Afinal, o arquiteto indica o que é melhor para o cliente ou para seus “parceiros”?
Saiba mais sobre contrato de prestação de serviços de arquitetura
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Desenvolva suas habilidades
O arquiteto ideal precisa desenvolver diferentes habilidades profissionais, e para isso é primordial investir em uma boa formação acadêmica, qualificação técnica e na fluência em outros idiomas.
Além disso, a disposição do profissional para aprimorar e adquirir outros conhecimentos é indispensável para obter um bom desempenho no trabalho. Características pessoais contribuem não apenas para o desempenho das atividades, mas também na projeção do colaborador na empresa e em sua própria carreira.
Existem diferenciais que impactam diretamente no sucesso das pessoas, como, por exemplo, se tornar mais responsável, dinâmico, pontual, comprometido com as metas, bem como ser capaz de gerenciar seu tempo, conflitos e metas.
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Troque de trabalho. (Saia da zona de conforto)
Que tipo de profissional você é hoje? O que almeja ser amanhã? Embora a relação direta entre presente e futuro pareça óbvia, a maioria das pessoas não age como se o comportamento atual tivesse impacto sobre a carreira.
Cuidado! Se você se encontra em uma zona de conforto no trabalho e não se esforça para sair dela, dificilmente vai conseguir ascender na carreira.
A zona de conforto é a posição em que nos colocamos quando fazemos sempre o mais fácil, cômodo e conhecido. Ela é uma escolha que não apresenta nenhum tipo de medo ou risco. Alguém acomodado segue sempre os caminhos mais óbvios, fazendo o que já sabe com as habilidades que possui.
O problema é que, ao se acomodar e fugir de qualquer obstáculo, você deixa de evoluir na sua carreira. Um profissional só se desenvolve quando encara suas falhas e adquire as competências que faltam para enfrentar situações desconhecidas.
Optar por permanecer no mesmo lugar significa, portanto, privar-se do desenvolvimento necessário para chegar onde se deseja como profissional. Um diamante precisa ser lapidado para atingir seu maior valor. A beleza de uma pedra surge do atrito e da fricção.
O mesmo ocorre com um bom profissional. Como bem diz Wendel Carvalho: “O sucesso está escondido atrás das coisas que não queremos fazer”
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Seja o melhor no que você faz.
“Faça o seu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores para fazer melhor ainda!” Mário Sérgio Cortella
Há alguns meses o golfista Norte Americano Tiger Woods ganhou seu 71º torneio. Ele vem dominando os campos de golfe há mais de 20 anos e está milionário.
O corredor jamaicano Usain Bolt, se aposentou deixando comendo poeira os outros corredores e destruiu todos os recordes mundiais.
Pessoas como Ayrton Senna, Michael Jordan, Pelé, Michael Phelps, César Cielo, Lance Armstrong só pra citar alguns, não são melhores por acaso, eles estão ou ficaram no topo um bom tempo porque davam o melhor de si, faziam diferente da maioria que não acredita que pode alcançar o nível mais alto do pódio.
Você pode pensar, mas atletas são diferentes! Não, não são. Você é uma força imensa e pode chegar tão alto quanto quiser. O mais importante é no que você acredita. Aliás, em que você acredita?
Se você acredita que está preso à sua rotina e não tem saída, vai agir de uma forma completamente diferente, se acreditasse que pode alcançar novos patamares em sua vida.
Acreditar vem antes de fazer. Saiba que resultados médios por definição, todo mundo consegue, se você realmente quer se destacar, terá que ser excelente naquilo que faz.
Lembre-se da máxima que diz que “Se algo merece ser feito, então merece ser bem feito”. Você fazer algo extraordinariamente bem feito pode mudar sua vida! Faça isso pelo seu trabalho, faça isso pela sua família, faça isso por você!
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Assuma responsabilidades. (E tenha iniciativa)
O mercado de trabalho tem espaço para todos, certo?! A diferença é que, enquanto uns ocupam a posição de desempregados, outros conquistam grande sucesso profissional. Há, também, a turma do meio, que trabalha, trabalha, mas não sai do lugar.
Você, certamente, está lutando e progredindo, dedicando-se ao seu crescimento e buscando seus objetivos. no dia a dia de nosso trabalho, surgem inúmeros desafios.
Prontifique-se a resolvê-los; assuma a responsabilidade por novos projetos. Aprenda o máximo com cada experiência. Isso agrega conhecimento e valor profissional.
Ser proativo é uma das virtudes mais valorizadas em qualquer empresa de qualquer área de atuação. Isso demonstra compromisso, interesse, disposição, disponibilidade e contribuição, além de maximizar o recurso mais escasso: o tempo. Faça a diferença!
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Tenha múltiplos fluxos de renda
É aconselhável promover diversas atividades para que você tenha uma variedade de destinos à sua escolha.
Não há absolutamente nada de errado com essa estratégia de negócios, porque esta é uma das melhores maneiras de proteger seu negócio e expandir seus horizontes.
Com isso, você pode ter certeza que você não vai sentir crise, se um dos fluxos não lhe proporcionar a renda esperada, uma vez que terá ainda os outras fontes de renda.
Professor, assessor, revisor, incentivador… etc. Escolha sabiamente e não se envolva em mercados que você não conhece. Crie seus múltiplos fluxos de renda com sabedoria.
Trabalhe com garra, entusiasmo e paixão para capturar seu cliente. Trabalhe duro para fazer seus negócios sólidos e estáveis.
Você pode fazer isso ao adotar algumas estratégias e táticas e desenvolvendo dentro de si, algumas características que podem ajudá-lo a se tornar um sucesso em qualquer tipo de negócio, tais como paciência, persistência e sede de conhecimento.
Por fim, lembre-se do ditado que diz: “Não ponha todos os ovos na mesma cesta.” Assim que, se um deles for perdido, você ainda tem outros, para fazer omeletes.
Você não deve começar muitos empreendimentos simultaneamente. Comece um, quando este estiver funcionando bem, parta para outro e mais outro. Ter múltiplos fluxos de renda lhe dá a segurança para uma vida financeira constante.
Acesse 5 competências que um arquiteto precisa ter, que irão auxiliar no dia a dia da profissão.
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